ATA DA QUADRAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA
PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
15-6-2005.
Aos quinze dias do mês de junho de dois mil e cinco,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida
pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói
Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael
Heinen, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga,
Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Ainda, durante
a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni,
Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, DJ Cassiá Gomes, Elias Vidal, Ervino
Besson, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maristela Meneghetti,
Mônica Leal, Paulo Odone, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos. Na ocasião, em face da inexistência de quórum deliberativo, deixaram
de ser votadas as Atas da Quadragésima Terceira, Quadragésima Quarta e
Quadragésima Quinta Sessões Ordinárias e da Décima Quinta Sessão Solene. À
MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 114/05
(Processo nº 3717/05); pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 139/05 (Processo nº 2938/05); pelo Vereador Carlos Comassetto, o
Projeto de Lei do Legislativo nº 182/05 (Processo nº 3683/05); pelo Vereador
Elias Vidal, os Pedidos de Providências nos 1316 e 1317/05
(Processos nos 3693 e 3694/05, respectivamente); pelo Vereador
Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 1235, 1236, 1237,
1238, 1239, 1240, 1241, 1242, 1243, 1244, 1245, 1246, 1247, 1248, 1249, 1250,
1251, 1252, 1253, 1254, 1255, 1256 e 1314/05 (Processos nos 3557,
3558, 3559, 3560, 3561, 3563, 3564, 3565, 3567, 3568, 3569, 3570, 3571, 3572,
3573, 3574, 3575, 3576, 3577, 3578, 3579, 3580 e 3590/05, respectivamente);
pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Pedido de Providências nº 1286/05 (Processo nº
3619/05); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providências nos
1287, 1288, 1289, 1290, 1291 e 1313/05 (Processos nos 3620, 3621,
3622, 3623, 3624 e 3675/05) e o Projeto de Resolução nº 107/05 (Processo nº
3539/05); pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Resolução nº 106/05
(Processo nº 3538/05) e o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Resolução nº 062/01
(Processo nº 2998/01); pelo Vereador Sebastião Melo, o Pedido de Informações nº
146/05 (Processo nº 3616/05). Também, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador Claudio Sebenelo, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o
desarquivamento do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 002/04
(Processo nº 0942/04). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 105,
106, 107, 108, 109, 110 e 111/05, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre.
Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, esteve, em 2ª Sessão, o Projeto de Lei
do Executivo nº 009/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Maristela
Maffei, Carlos Todeschini, Carlos Comassetto, Manuela d'Ávila e Raul Carrion.
Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 218/04, 163 e 168/05, discutidos pelo Vereador João
Antonio Dib, e 165/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Manuela
d'Ávila e Raul Carrion, o Projeto de Resolução nº 104/05, discutido pelo
Vereador João Antonio Dib; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº
166/05, discutido pela Vereadora Manuela d'Ávila, o Projeto de Resolução nº
105/05, discutido pelos Vereadores Raul Carrion e Carlos Todeschini; em 3ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 160/05, discutido pelo
Vereador Carlos Todeschini, e 161/05, discutido pelos Vereadores Carlos
Comassetto, Raul Carrion e Carlos Todeschini, o Projeto de Resolução nº 102/05;
em 4ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 103/05, discutido pela Vereadora
Manuela d'Ávila e pelo Vereador Raul Carrion. Na oportunidade, o Senhor
Presidente registrou as presenças dos Vereadores Tiago Silva, do Partido
Progressista, e Rogério Jacobi, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro,
ambos do Município de Torres – RS. Durante o período de Pauta, o Vereador Adeli
Sell manifestou-se acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 161/05. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo, discorrendo sobre as denúncias
de corrupção no País, defendeu que a população deve protestar por mais ética e
transparência nos atos dos seus governantes. Ainda, sustentou a necessidade de
reformas políticas no País, como a devolução do mandato pelos parlamentares que
abandonarem seus Partidos, o financiamento público das campanhas eleitorais, a
sincronia dos mandatos de Vereador e Governador e a manutenção do voto
obrigatório. Ás dezesseis horas, constatada a inexistência de quórum para
ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os Senhores Vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada a
seguir. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e
secretariados pelo Vereador Nereu D'Avila. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos, de imediato, à
(06 oradores/10 minutos/com aparte)
2.ª SESSÃO
PROC. Nº 3525/05 - PROJETO
DE LEI DO EXECUTIVO Nº 009/05, que dispõe sobre o Plano Plurianual para o quadriênio
de 2006 a 2009 e dá outras providências.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ninguém
poderá dizer que, conscientemente, eu vim a esta tribuna para fazer uma crítica
pela crítica. Todas as vezes que eu critico, eu aponto uma solução, o que até é
minha obrigação, eis que fui a vida inteira servidor público municipal e, como
eu gosto de dizer, por formação e convicção. Eu também não fiz elogios vazios
para pessoas ou para objetos quando, na segunda-feira, afirmei desta tribuna
que este Plano Plurianual foi o mais bem elaborado até hoje - e eu me incluía,
como Prefeito que fui -, mas houve uma afirmativa com a qual eu não concordei,
porque era a legislação que assim determinava. Aqui está o Plano Plurianual de
2002/2005, feito na forma da resolução ou lei que determinou que assim fosse em
1999. (Mostra documento.) Portanto, com tranqüilidade, eu reafirmo: foi o mais
bem-feito dos projetos de Plano Plurianual que apareceu nesta Casa.
E a Portaria
nº 42, de 14-04-1999, atualiza a discriminação das despesas por funções etc. e
tal. E assim a Prefeitura fez também para 2002. Mas eu quero chamar a atenção
para algumas coisas que ocorrem neste Orçamento, nesta proposta Plurianual. Eu
vou chamar a atenção da função legislativa, em primeiro lugar: nós verificamos
que para o próximo ano estão previstos, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, 2,4%
para a Câmara Municipal - 2,4%, eu repito, para a Câmara Municipal. E a Câmara,
neste ano, está vivendo momentos de intensa dificuldade, e são mais de 4%.
Imaginem só o que os 2,4% farão no próximo ano. E esses 2,4% se repetem nos
anos seguintes, portanto eu acho que cabe um exame.
Mas eu também
tenho certeza, por outro lado, que o Prefeito Fogaça não fará como o outro
Prefeito que mandou uma mensagem à Câmara dizendo que, se nós acertássemos
determinado dado do Orçamento, ele aumentaria o percentual de verba para a
Câmara. Era o Prefeito Raul Jorge Anglada Pont.
Nós vemos aqui
que, para a Saúde, estão destinados 23,12%; para a Educação, 11,4% - e alguém é
capaz de se espantar de a Prefeitura estar mandando 11,4%, quando deveriam ser
30%, na forma da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. E, nos dezesseis
anos que antecedem a este, em nenhuma vez a Prefeitura aplicou na Educação o
que deveria ser aplicado. E vejo a minha querida amiga Verª Sofia Cavedon, que
foi Secretária de Educação, acenando negativamente com a cabeça. Não, mas eu
leio os Pareceres do Tribunal de Contas: já foram 21%, já foram 24%, já foram
26%, nunca chegou a 30%. Os 14,3%, estou alertando, são no montante das
Receitas e despesas da Prefeitura.
Para o
saneamento, 19,2%; para o transporte, 4%. Mais adiante podemos ver que as
verbas destinadas à Saúde e à Educação estão absolutamente corretas dentro das
previsões orçamentárias: 30% em 2006. Porque não são das transferências e dos
impostos, não é de todo o Orçamento da Prefeitura, então a Prefeitura estará aplicando
de 2004 a 2009 os 30% devidos e, na Saúde, estará aplicando, no próximo ano,
18% e depois passa a aplicar 17%. A Lei Orgânica diz que são 13% do Orçamento
global da Prefeitura. Outra das iniciativas que a Prefeitura, nos últimos
dezesseis anos, nunca tomou. Tomou, sim, a iniciativa de um dia tentar mudar a
Lei Orgânica para não aplicar 13% sobre o Orçamento global. Aplicava 13% sobre
o Orçamento da Administração Centralizada.
O Sr. Adeli
Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib,
nessa questão dos percentuais, nós não podemos pegar, de jeito nenhum, o
percentual restrito a uma Secretaria. Porque, se tivermos um trabalho, por
exemplo, de treinamento para as pessoas cuidarem da Vigilância Sanitária, e
isso foi feito juntamente com a SMIC e com a Saúde, parte desse Orçamento,
desse gasto, é de uma outra Secretaria. Então, acho que nós não podemos ficar
restritos aos números frios das Secretarias, temos de ver essa interligação
entre as várias Secretarias, porque há ações hoje, por exemplo, de ensino e
aprendizagem na Secretaria da Juventude, ou pelo menos deverá haver, segundo o
Secretário. E como fica a questão dos Direitos Humanos, em que também há esse
tipo de procedimento? E os Projetos? Está aqui o Guto, que trabalhou conosco na
SMIC, que fez todos os cursos de inserção na atividade produtiva. Isso também é
ensino e aprendizagem. Como é que fica essa relação? Eu acho que nós não
podemos ficar restritos ao percentual da Secretaria.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Nobre Ver. Adeli Sell, é inteligente a observação de V. Exª , como
sempre. Mas não aplicaram 13% quando deveriam ser 13%, tanto que quiseram mudar
a Lei Orgânica reduzindo para 10% do Orçamento global ou então 13% da
Administração Centralizada. Aliás, a nobre Verª Manuela já verificou que há
problemas na distribuição dos recursos da Saúde; ela vai querer entender e,
como ela é inteligente, vai entender.
Mas, como eu
dizia, este Plano Plurianual foi bem feito, é uma conquista da Cidade, com os
programas perfeitamente definidos. Ele mostra o histórico do passado também,
débitos que não foram pagos, compromissos assumidos que não foram realizados. O
Projeto do Prefeito está muito bom mesmo. Analisa a situação econômica da
Prefeitura; faz uma análise muito boa sobre o PIB estadual, que expandiu em 36%
- Porto Alegre cresceu o correspondente à metade do crescimento do Estado. E,
assim, ele vem falando sobre IPTU; Imposto de Renda na Fonte, que é uma das
discussões que agora existem, se é gasto com pessoal ou não; ITBI, o que ele
representa desde o ano de 1989 e o seu crescimento real; ISSQN, etc.
Portanto, como
eu disse, o elogio que eu aqui fiz à Administração Municipal é reforçado hoje.
Já em 1999 se determinava que se fizesse o Orçamento Plurianual de forma
correta, clara e inteligível por todos. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Apregoamos PLL nº 182/05, de autoria do Ver.
Carlos Comassetto, que institui Área Especial de Interesse Cultural. Eu
solicitaria aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras que todas as
proposições sejam, inicialmente, levadas à Diretoria Legislativa. Obrigado.
A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
A SRA.
MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhoras e senhores, estamos dando continuidade à discussão do
nosso Plano Plurianual e, Ver. João Dib, neste momento de avaliação, já
encontramos alguns problemas consideráveis. Aliás, na primeira fala, já teci
alguns comentários sobre a questão da participação popular. Uma questão
fundamental, Verª Margarete Moraes, e que ficou clara, é de que toda aquela
lorota inicial de denuncismo - muito em moda ultimamente - em relação ao
endividamento do Município caiu totalmente por terra. A grande manchete já noticiava
os 9 bilhões e 800 mil, significando que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre
está muito bem obrigada de Saúde em relação à questão dos financiamentos.
Porque nenhum Governo, ao apresentar o seu Plano Plurianual para os próximos
quatro anos, inicia tal processo sem, no mínimo, ter uma boa capacidade de
endividamentos futuros.
Então, a
população de Porto Alegre fica tranqüila porque sabe que nós deixamos uma
Prefeitura com investimentos, com capacidade para endividamento e com projetos
e obras que o Governo Fogaça vai inaugurar até o final do seu Governo, como a
questão da Entrada da Cidade, do Conduto Forçado Álvaro Chaves, da 3ª
Perimetral, do Terminal do Triângulo e tantos outros projetos sobre os quais
discutiremos e dialogaremos, nos próximos dias aqui, com a população de Porto
Alegre.
Agora
também ficam algumas perguntas que eu acho que o Governo atual terá de nos
ajudar, ou nós não entendemos bem como foi elaborado o Plano Plurianual. Por
exemplo, para o Orçamento Participativo, foram previstos 325 mil reais para o
ano de 2006 e, para a Governança Local, em torno de 2 milhões de reais. As
perguntas que ficam são: o Orçamento Participativo apenas vai discutir aquilo
que está demonstrado? Onde será aplicado esse valor destinado à Governança Local?
São questões que não estão claras, não nos foram ditas. A população de Porto
Alegre não sabe nada em relação a isso.
Os recursos
para pagamento dos servidores não incluem aumento, e aumento dos servidores não
foi incluído, mas foi divulgado que haveria aumento anual; essa questão não
ficou clara, não se sabe se está incluída nesse bojo. E quanto à questão da
bimestralidade? O nosso Governo não terminou com a bimestralidade, apenas a
interrompeu por um determinado momento na Administração do Prefeito João Verle,
tanto que, na Câmara Municipal de Porto Alegre, quando esteve sob a presidência
da Verª Margarete Moraes, foi mantida a bimestralidade aqui na Casa; no
Executivo foi interrompida. Na campanha, o Governo atual disse que continuaria
com a bimestralidade, mas no Plurianual não está prevista, não consta como
ficará a situação dos municipários. E quanto aos programas propostos para a
questão da Saúde? E a previsão de recursos para o hospital da Zona Sul, para o
pronto-socorro? Onde está? Não há clareza sobre essas questões. Nós, ao menos,
estávamos viabilizando, discutindo isso com a comunidade e íamos colocar em
prática. Na campanha eleitoral do atual Prefeito Fogaça, dizia-se que isso
seria colocado em prática, mas não consta na Peça Orçamentária para os próximos
quatro anos, ao menos não está claro; nós também estamos buscando algumas
respostas. Ou será que estão pensando em atribuir mais responsabilidade para o
Grupo Hospitalar Conceição?
Todos esses
questionamentos, nós acreditamos, têm de ser esclarecidos para a população de
Porto Alegre. Se assim como está o Plurianual está bom para as Bancadas da
situação, para nós e para a população de Porto Alegre isso seria um verdadeiro
desastre, porque, além de não terem discutido absolutamente nada com o que está
estabelecido na sociedade, também nesse plano tecnicista, que não discutiu, que
não dialogou... Nós já ouvimos falar que teremos emendas retificativas. Agora,
emenda retificativa que não possibilite um diálogo direto com as comunidades,
em que apenas se manda, e a Câmara de Vereadores é que vai discutir, isso
estabelece um papel invertido, em que a sociedade não vai poder estabelecer um
diálogo claro - fica um corte radical nesta relação -, e nós também não podemos
estabelecer uma real fiscalização.
Nós temos
dialogado com a sociedade sobre as Secretarias que foram e que estão sendo
instituídas, não há nenhum projeto ou plano de ação previsto, apenas criações,
extinções de alguns cargos, como ocorreu no início do Governo do Prefeito
Fogaça, com a extinção de 10 cargos técnicos, substituindo-os por 42 Cargos em
Comissão, que, na prática, nós percebemos que não houve nenhuma base de
sustentação e de conteúdo para tal, eliminando esses cargos técnicos que faziam
assessorias de ponta para a sociedade de Porto Alegre.
Nós estamos
muito preocupados com este Plurianual, porque não considera o Plano anterior;
um Plano feito entre quatro paredes, tecnicista e que inverte a lógica de
participação; um Plurianual que não dialoga com a sociedade e que já aponta
vários problemas.
E quero trazer
mais um problema fundamental, o grande “nó da gravata” trazido pela então
oposição - está presente o ex-Vereador Corbellini, representante da base de
sustentação do Governo Fogaça, seja sempre bem-vindo à nossa Casa -: a questão da
publicidade utilizada pelo Partido dos Trabalhadores. O programa Cidade Viva
parecia ser o grande temor, inclusive colocado como um terror para a sociedade,
e hoje o Governo do Fogaça, pelo que é apresentado no Plurianual, não tira uma
vírgula do percentual destinado à publicidade estabelecido anteriormente pela
nossa Administração. O que aconteceu? Aqui há um claro desmonte de denúncias
deslavadas que eram usadas nesta tribuna por todos os Partidos que hoje estão
na situação, que nos acusavam; inclusive todas as Emendas do Plurianual eram
baseadas na questão da publicidade.
Tenho certeza
absoluta de que os Vereadores da atual situação, das nove Bancadas que estão
aqui, que são a maioria nesta Casa - acho que é uma grande idéia neste momento
-, vão fazer emendas sobre o que não foi discutido com a sociedade: justamente
a questão da publicidade, porque era onde nós éramos acusados de fazer
publicidade indevida.
Tenho certeza
de que, neste momento, essa Bancada tão séria, tão nobre, que cumpria esse
papel fiscalizador aqui, com todas as Emendas que faremos e também com as que
eles individualmente venham a fazer, vai tirar recursos justamente e
principalmente da área da publicidade, até para valer as suas retóricas
anteriores. Aliás, amanhã comentarei alguns pronunciamentos dos Vereadores de
cada Bancada, para contextualizarmos novamente essa história. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, público presente, pessoas que nos assistem neste momento em suas
casas pelo Canal 16: estamos discutindo hoje um dos instrumentos mais
importantes que vão reger essa futura gestão, particularmente os exercícios
orçamentários dos anos 2006, 2007 e 2008. Recebemos recentemente esta Peça, que
foi enviada pelo Chefe do Executivo Municipal; temos o objetivo de discutirmos
aqui, soberanamente, a aprovação da Peça do Orçamento Plurianual e da Lei das
Diretrizes Orçamentárias. É importante também salientar que pela primeira vez a
Peça do Orçamento Plurianual vem atendendo à nova legislação através de
Portaria que regulamenta a matéria, por isso ela vem dentre esses limites e na
forma como foi apresentada aqui para esta Casa. No entanto, temos de fazer um
debate muito sereno e muito tranqüilo, dado que esta Casa é soberana para o
debate e para tomar as definições acerca da garantia dos programas e das
prioridades que serão eleitas e que serão decididas por aqui.
Em primeiro
lugar, através de uma Emenda à Lei Orgânica, houve uma dilatação de prazo a
pedido do Executivo Municipal, para que ele tivesse mais poder e mais tempo
para realizar uma melhor discussão com as comunidades, no entanto,
efetivamente, foi algo que não aconteceu, porque o Executivo retardou o
encaminhamento do processo de debate com as comunidades. Isso em função das
dúvidas que teve em relação ao Orçamento Participativo, que só tardiamente
aconteceu neste ano. E aí há uma dificuldade real, porque vieram reclamações da
comunidade que não pôde participar efetiva e precisamente da construção desta
Peça Orçamentária; esse é um problema efetivo que está colocado, e eu estou com
dificuldades de ver refletido aquilo que foi discutido, eleito e votado pelas
comunidades. Trata-se de uma questão fundamental, porque a Peça da Lei do
Orçamento Plurianual vai ditar as regras e as normas para o exercício do
Governo dos próximos quatro anos. Então, essa é uma falha observada que precisa
de alguma forma ser flexível; ela precisa absorver aquilo que são as
ansiedades, as diretrizes, as prioridades da participação popular, do Orçamento
Participativo, que não consigo identificar aqui de modo claro e sincero.
Uma outra questão
importante a observar é que, em relação ao funcionalismo público, que teve
sempre uma política modelar, por meio da concessão da bimestralidade, conforme
foi discutido aqui pela Verª Maristela, aqui também não se fazem claras e
presentes garantias de uma política salarial em relação aos ganhos aos
servidores desta Casa, aos servidores do Poder Executivo. Durante quinze anos
foi garantida a concessão da política da bimestralidade, que não acabou, foi
suspensa durante um período, para que o Governo se adequasse à Lei de
Responsabilidade Fiscal. No entanto, é necessário que isso esteja previsto
nesta Peça, para que as políticas do Executivo garantam os ganhos que são
históricos e de direito dos funcionários da municipalidade de Porto Alegre.
Em terceiro lugar,
não sei se é pela forma como foi apresentado, mas há uma clara identificação
neste documento - contrariamente ao que o Governo diz, que os programas serão
gerenciados de forma integrada, inclusive o Chefe do Executivo cita os 21
Programas - de uma fragmentação muito grande, em que as ações de mesma natureza
se distribuem por várias Secretarias, elas se distribuem por várias
iniciativas, fazendo paralelismo ou sombreamento. Não sei se isso é por uma
falha ou se é para atender aos interesses partidários, porque definitivamente
este não é um Programa que está integrado, ao contrário, ele se apresenta de
forma fragmentada, de forma fracionada, de forma bastante diversa e diluída
entre os organismos componentes da estrutura do Executivo.
Durante os
anos passados, muito foi criticado o volume de verbas para publicidade, muito
foi atacada aqui a dita “gastança” com a publicidade. Pois bem, senhoras e
senhores, vejo que todos os índices apresentados pelo Governo anterior são
mantidos, inclusive com a correção. Então, aquilo que se dizia não vale? Porque
agora estão fazendo a mesma coisa aqui no Governo. Ou então o discurso passa a
ter uma mudança. Como é que é isso? É muito simples, inclusive aqui vejo
recursos que saem do DMAE para o financiamento da publicidade na Centralizada
na ordem de 1 milhão, 176 mil e uns quebrados. Recursos que muito foram
criticados, e faz-se, agora, exatamente a mesma coisa e de forma corrigida.
Então, para se ter coerência, tinham de mudar essa política, porque, se muito
foi criticado que havia um excesso de gasto em publicidade, por que agora se
faz exatamente a mesma coisa?
Então,
senhoras e senhores, temos, sim, uma Peça importante, que inicia agora neste
Plenário o segundo dia dos debates. Há coisas que eu não estou conseguindo entender
muito bem, como na página 129, que fala: “ A promoção da urbanização se
justifica em vista do planejamento deficiente de ações associadas anteriormente
ao Governo vigente, que comprometeu diversos pontos no âmbito do Município”.
Talvez se esteja falando aqui do Projeto Integrado Socioambiental, que prevê o
recurso de 387 milhões de reais, sendo 331 milhões de reais, em números
arredondados, para despesas com operações financeiras.
Concluindo,
Presidente, dessa forma estou provocando aqui um debate e gostaria dos
esclarecimentos, gostaria das respostas por parte dos representantes do Poder
Executivo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores e
Vereadoras desta Casa, prezado público das galerias, prezado público do Canal
16, que nos assistem: no debate do Plano Plurianual, na Sessão passada, Ver. João
Dib e Sr. Presidente Elói Guimarães, fiz uma indagação à Líder do Governo e à
imprensa, mas não obtivemos até o momento - a sociedade porto-alegrense -
retorno satisfatório da manchete que saiu no sábado, 4 de junho 2005, que diz:
“Fogaça promete investir 9,8 bilhões em 21 Projetos”. Essa matéria não é
verdadeira! E nós não obtivemos a resposta satisfatória. Porque essa matéria
tem que ser esclarecida para a população! Eu pedi, naquele momento, que o
Governo se pronunciasse, ou o veículo de comunicação, para ajustarmos esse
entendimento; está dito aqui no Plano Plurianual que o valor não é esse, que o
valor é em torno de 1 bilhão e 350 milhões de investimento, portanto a
população merece esse esclarecimento.
O Sr.
Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Comassetto, eu discordo de V. Exª , acho que o próprio Prefeito
já retificou essa questão, ou a sua assessoria orçamentária. Na verdade, esses
9 bilhões fazem parte do Plurianual no seu todo, envolvem todo o Orçamento. Vossa
Excelência sabe que o Orçamento de Porto Alegre, este ano, é de 2 bilhões e 138
milhões. Então houve um equívoco na divulgação por parte da assessoria...
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Ver. Sebastião, V. Exª está dizendo que essa matéria está correta?
O Sr. Sebastião
Melo: Não. Não está correta. Mas V. Exª tem que cobrar do jornal!
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Está bem. Mas esse é o pronunciamento. Se estão dizendo aqui que é o
Prefeito quem está dizendo isso, ele tem que assumir a sua posição e dizer que
isso não está correto, para a proteção do nosso Executivo Municipal.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Ver. João Dib, eu e V. Exª temos o papel aqui de fazer com que a
população de Porto Alegre receba as informações e as notícias corretas. Nesse
sentido, eu vou continuar trazendo isso à tribuna em todas as Sessões. Nós
vamos discutir esse tema até ele ser esclarecido devidamente à população de
Porto Alegre.
Segunda
questão: está dito com muita clareza que o investimento é de 1 bilhão, 345
milhões e 309 mil reais. Portanto, esse é o valor correto de investimento e não
9,8 bilhões. Então, quero deixar claro aqui à população.
A Receita,
dentro do resumo das despesas dos programas de Governo, foi apresentada por um
conjunto de programas chamado Programas Finalísticos, alguns dos quais quero
comentar logo a seguir.
A Srª Clênia
Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, essa
mesma questão que V. Exª levantou hoje já havia levantado ontem, ela já foi
respondida por inúmeros Vereadores desta Casa. Agora, nós não podemos fazer
nada se o senhor não quer ouvir as respostas que estamos dando aos seus
esclarecimentos. Não há problema, responderemos a V. Exª mais uma vez, conforme
foi dito ontem pelo Ver. João Dib e por mim e, neste momento, pelo Ver.
Sebastião Melo, responderemos tantas vezes o senhor volte com a mesma pergunta.
Só que o povo ficaria mais esclarecido se o senhor mudasse essa pergunta. Mas
eu vou responder mais uma vez para V. Exª : os 9,5 bilhões de reais são
recursos que tratam do conjunto das despesas e dos recursos existentes nesses
quatro anos, Vereador. Está dito na Justificativa, nas intervenções que o
investimento puro é de 1,5 bilhão. Esses são os dados expressos no documento.
Inclusive outro Vereador da sua Bancada, ontem, usava o número errado, usava 1
bilhão e 430 milhões de reais, é um 1,5 bilhão, conforme está escrito, expresso
inclusive na Justificativa do Projeto.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Verª Clênia Maranhão, desculpe-me, corrigindo: não é um 1,5 bilhão, é 1
bilhão e 345 milhões de reais. E gostaria de enunciar isso, porque a senhora
está esclarecendo que essa notícia não é de origem do Executivo, mas ela é de
origem de um veículo de comunicação que forma opinião pública.
Portanto,
passarei a cobrar, a partir deste momento, que esse veículo, importantíssimo na
nossa sociedade gaúcha, que é o nosso jornal Zero Hora (Mostra jornal.), traga
uma nota de esclarecimento à sociedade gaúcha dizendo que essa notícia foi
equivocadamente publicada, que o investimento não é de 9,8 bilhões de reais;
que é de 1 bilhão, 345 milhões, 309 mil, 710 reais e 79 centavos. Esse é o
valor do investimento. Isso nós precisamos esclarecer, sim, para a sociedade.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Assim farei e assim estou fazendo aqui. A sociedade tem um número na
cabeça e vai indagar, se eu apresentar um outro número muito menor aqui, ou um
conjunto de técnicos, pessoas entendidas que formam a opinião pública: “Quem é
que está falando a verdade?” E eu estou falando sobre o Projeto do Executivo
Municipal que está em nossas mãos; acredito, sim, que essa é a proposta
apresentada.
Dizendo isso,
gostaria de continuar afirmando que há uma grande contradição apresentada no
Projeto do Plano Plurianual, uma grande contradição com a afirmação política da
atual gestão, que diz: “Eu continuarei mantendo o processo do Orçamento
Participativo tal qual ele vinha sendo efetivado.” Eu quero expor aos nobres
Pares qual é a contradição que identifico. Se o Orçamento Participativo discutia
e decidia as principais prioridades do recurso de investimento ano a ano, a
partir de 2006 não poderá mais fazer isso. Por que não poderá mais fazer isso?
Porque, na nova sistemática do Plano Plurianual, o Governo Municipal já traz
carimbados os recursos para os quatro anos em cima de um conjunto de projetos
que começam com o Programa Receita é Saúde; Programa Bem-me-quer, Programa
Carinho não tem Idade e assim sucessivamente. Portanto, para cada um desses
Programas Finalísticos, já vem um recurso definido, ajustado, e não há como a
Cidade discutir nas regiões, porque a prioridade não é essa se o recurso já
está predeterminado.
Vereadores e
Vereadoras, essa é uma contradição sobre o ponto de vista político. Pode estar
correto na intenção do Governo dentro de uma Peça Orçamentária, mas, se o
Orçamento Participativo vai ser mantido para decidir as prioridades do
investimento, nós não podemos arrancar com um Plano Plurianual que já está
coloca, para os quatro anos, verba para cada segmento, seja ela Habitação,
Assistência Social, Saúde, Transporte, já é uma verba predefinida através dos
seus programas. Essa é uma contradição política que coloca em discussão aqui
uma visão: se vai manter ou não o programa do Orçamento Participativo com o
potencial político que a sociedade construiu, porque, nessa primeira rodada,
Sr. Presidente, foi afirmativa essa postura do centro do Governo, repetindo e
dizendo isso. Então essa é uma contradição que nós precisamos entender,
precisamos discuti-la, e a sociedade tem que se apropriar, e, para isso,
obviamente, ela tem que discutir o Programa tal qual foi comprometido aqui pela
Liderança do Governo quando aceitamos prorrogar, mas as regiões de planejamento
e as regiões do Orçamento não receberam esta Peça e não a discutiram. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
primeiramente, eu gostaria de afirmar que a Bancada do Partido Comunista do
Brasil lastimou profundamente, porque, por diversos motivos - dentre eles o
momento que recebemos o convite -, não pudemos nos fazer presente ao ato de
entrega do Plano Plurianual pelo Prefeito José Fogaça a esta Câmara. Portanto,
não ouvimos a sua manifestação. Tomamos conhecimento dela pela imprensa e
acreditávamos que seria necessário, inclusive, porque neste momento
aprofundamos e debatemos, do ponto de vista mais geral, qual o conceito e qual
o norte deste Plano Plurianual e de seus programas. Por isso, reafirmo -
conversei com a Verª Clênia -: estamos debatendo internamente no PCdoB o Plano
Plurianual e queremos conhecê-lo profundamente dentro dessas condições.
Trago,
primeiramente, algumas preocupações. Talvez preocupações de uma novata neste
Parlamento, talvez preocupações que possam ser relevantes. Particularmente, eu
não compreendo, ou não tenho claro, de que maneira vamos garantir a
participação popular se aqui nas primeiras páginas, na página 11 do Plano
Plurianual, se coloca que, pelo respeito à forma democrática de participação,
os 21 programas prioritários contemplam as demandas do OP. Eu entendo que esses
21 programas prioritários contemplem os problemas e as necessidades históricas
da sociedade brasileira, tragam aquilo que é necessidade do ponto de vista
geral das pesquisas, das estatísticas do nosso IBGE. Mas não posso compreender
como isso está contemplando um processo que ainda não aconteceu.
Talvez, pela
minha inexperiência, eu não compreenda como isso acontece. Do ponto de vista
lógico e não político, nós só podemos contemplar aquilo que já foi debatido uma
vez. Como essas discussões não foram feitas pelas Plenárias do OP, porque elas
não aconteceram - as de 2006, 2007 e 2008 -, não há como contemplar desde já
neste Plano.
Mesmo tendo
claro que - pois o Prefeito coloca na sua manifestação do documento que não é
algo engessado - se pode debater. Mas aqui já se define onde o povo vai poder
pensar. Ou seja, o povo vai poder demandar dentro do que o Governo concebe como
prioritário; o povo vai poder pensar e desengessar uma estrutura que, de certa
maneira, já está engessada pelo posicionamento político do Governo Municipal de
acreditar que tais coisas - e não outras coisas - são prioritárias para a
população de Porto Alegre. Isso nos deixa uma preocupação muito grande, porque
pudemos ver nas rodadas do OP deste ano - e eu não fui a todas, mas naquelas em
que estive presente pude ver - a participação popular das pessoas, dos cidadãos
e cidadãs desta Cidade, com seu entusiasmo em poder continuar, embora a mudança
de Governo, decidindo os rumos do Orçamento da sua Cidade. Esse é um aspecto
que me preocupa, que preocupa o PCdoB e sobre o qual queremos continuar
debatendo.
A Srª Clênia
Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Manuela, acho
muito interessante esse questionamento de V. Exª , quero apenas lembrar que, na
minha intervenção de ontem, quando abrimos a discussão nesta Casa sobre o Plano
Plurianual, uma das primeiras informações que dei é a de que as rodadas do
Orçamento Participativo foram garantidas com o mesmo calendário previamente
estabelecido, contrariamente à informação dada pelo Ver. Todeschini; essas
sugestões todas serão incorporadas no Plano Plurianual de 2006. Ainda para
responder à preocupação legítima de V. Exª , quero dizer que, antes do envio a
esta Casa da Peça do Orçamento Plurianual, ela foi apresentada no COP, que é o
Conselho do Orçamento Participativo, e ainda os debates continuam sendo feitos,
neste momento, nos FROPs, que são os Fóruns Regionais da Cidade, podendo ainda
esta Peça ser enriquecida com o debate da sociedade porto-alegrense.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Obrigada, Verª Clênia.
Inclusive a
famosa “rádio-corredor” da Câmara já pontuou que, em algumas discussões, estava
sendo dito que os Vereadores da Frente Popular tentaram ou conseguiram diminuir
o tempo de discussão com relação ao Plano Plurianual, quando nós sabemos que,
na realidade, nós permitimos mudanças na nossa Lei Orgânica para que este
documento fosse entregue pela atual gestão com maior tempo para debate.
Eu me
questiono, Verª Clênia - e já havia conversado com a senhora - como a
Secretaria de Juventude vai atuar se não conseguir entrar na vida da Cidade?
Quem pensa a vida econômica de Porto Alegre? Não é a SMIC? Como que uma outra
Secretaria poderia estar falando da Secretaria pela inclusão da mulher? Não
estou debatendo aqui quem é o Secretário, os nossos problemas, estou debatendo
uma questão concreta. Existem outros aspectos aqui a respeito dos quais eu,
particularmente, gostaria muito de ser esclarecida. Existe uma previsão de 100
mil reais/ano para desenvolver um grande evento de nível mundial reunindo
segmentos e organizações de jovens ou com atuação na área juvenil, o chamado
Festival Mundial da Juventude. Pois bem, lastimo que o Ver. Márcio Bins Ely,
meu companheiro de relações internacionais, não esteja aqui. Nós conhecemos o
movimento juvenil, sabemos que existem festivais, as organizações X, Y, mas não
conheço nenhum país no mundo que consiga organizar um festival mundial de
juventude por ano!
Meus
companheiros, caros Vereadores, nós vamos realizar agora, em Caracas, na
Venezuela, o 16º Festival Mundial da Juventude dos Estudantes. Nós conseguimos,
a duras penas - jovens de todo o mundo, e não apenas um Secretário -,
organizá-lo, Ver. Mário, de três em três anos - era de cinco em cinco - com o apoio
dos Governos Federais! Ou seja, que tipo de evento é esse? Para que servem,
exatamente, 100 mil reais/ano para a construção de uma atividade dessas? Se é
plano desse Secretário realizar o Festival Mundial da Juventude em Porto
Alegre, ele deve saber - e eu posso colaborar com ele - que, com 100 mil reais,
não se constrói nem a praça de alimentação e nem o camping para esses
jovens dormirem. São necessários milhares e milhares de reais para conseguirmos
organizar festivais da juventude.
Portanto,
quero contribuir, vou estudar ação por ação com relação aos programas
fundamentalmente relacionados à juventude, porque quero compreender o que
norteia, qual conceito norteia este Plano Plurianual, qual a finalidade de cada
uma dessas ações, dentro dos programas, na nossa Cidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O SR. RAUL
CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, todos que
nos assistem aqui e também em suas casas, evidentemente, a discussão
orçamentária e a discussão do Plano Plurianual, que é a base para os próximos
quatro anos, são essenciais ao Parlamento. Aliás, Verª Margarete, os
Parlamentos surgiram para aprovar os Orçamentos, contra o absolutismo real na
Inglaterra; portanto, talvez seja essa a tarefa precípua do Parlamento.
Pois bem,
fizemos toda uma luta aqui na Casa, um acordo entre as Lideranças para corrigir
aquela proposta do Executivo que mandava que o nosso Parlamento aprovasse
primeiro a LDO para depois aprovar o Plano Plurianual, corríamos o risco de
aprovar a Lei Orçamentária ainda antes que isso acontecesse. Felizmente, a Casa
foi atenta, corrigiu essa situação, de certa forma, kafkania, que estava colocada,
e foi unânime a oposição em aprovar aquela modificação, para que a sociedade,
através do Orçamento Participativo, pudesse discutir o Plano Plurianual. Fomos
unânimes. O que eu quero dizer, Verª Clênia, é que as informações que nós temos
são de que este Plano Plurianual não passou pela aprovação do Orçamento
Participativo. A discussão é mínima; um representante do Executivo, se não me
engano, lá no Partenon, chegou a colocar a culpa nos Vereadores, no sentido de
que não teriam dado tempo para a discussão do Orçamento Participativo. Quero
dizer que eu não assumo essa culpa, porque os prazos finais - nós chamamos a
atenção para o equívoco do Projeto, naquela ocasião, do Executivo - foram
oferecidos através da Assessoria da Casa, a Emenda foi minha e do Ver. Paulo
Odone. Então, pessoas do Governo vão dizer lá na comunidade que a culpa é dos
Vereadores e que por isso a discussão não foi feita e que agora será feita -
estão dizendo uma mentira.
A Srª Clênia
Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carrion, quero
lembrar a V. Exª que, quando aprovamos a modificação das datas, das novas datas
que se originaram de uma Emenda desta Casa, eu, na condição de Líder do
Governo, vim a esta tribuna para elogiar este Parlamento pela construção coletiva
de um trabalho do Ver. Paulo Odone e de Vossa Excelência.
O SR. RAUL
CARRION: Assessores do Governo estão indo lá na comunidade dizer que os
Vereadores...
A Srª Clênia
Maranhão: Não é verdade, Vereador! Eu não posso responder, é uma afirmativa da
Vereadora que lhe antecedeu, referindo-se à “rádio-corredor”. É uma afirmativa
de V. Exª, que ouviu dizer que alguém disse que numa reunião do Partenon...
Isso não tem oficialidade, não é a posição do Governo, eu quero dizer isso a V.
Exª, que tem sido um Vereador de oposição sério no debate político. E, para
informá-lo, eu queria afirmar que as reuniões do OP, que seguiram um cronograma
preestabelecido, foram rigorosamente cumpridas. Na ultima reunião do CROP,
antes de enviar a esta Casa, a reunião contou com a presença do Prefeito de
Porto Alegre, que, naquela Comissão, naquele Conselho, disse inclusive que,
caso houvesse necessidade, o Governo estaria aberto, dentro do seu conceito
democrático, para apresentar até, caso fosse necessário, uma Mensagem Retificativa.
O SR. RAUL
CARRION: Perfeito. Estamos colocando a nossa preocupação, achamos importante que
o Governo diga oficialmente, desminta aqueles assessores que estão indo nas
comunidades acusar a Câmara de não ter dado tempo para a discussão.
A Srª
Maristela Maffei: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Eu vou solicitar ao Conselho Popular do Partenon a Ata e o nome do
assessor, até porque, com certeza, não foi a orientação da Vereadora, Líder do
Governo Fogaça.
O SR. RAUL
CARRION: Agradeço à Verª Maristela Maffei.
Outra
preocupação, vejam bem: o Orçamento Participativo reuniu milhares de pessoas em
grandes plenárias, e o próprio Prefeito afirmou que vai mantê-lo e que o
Orçamento é algo positivo, que avançou. Só que, se olharmos a Peça
Orçamentária, Vereadora, nós vamos observar que, para a Governança Solidária
Local, nós temos destinados 2,2 milhões de reais para este ano. E, quando
examinamos o que está destinado para o Orçamento Participativo, nós constatamos
que temos apenas 325 mil reais! Então, como é? O Orçamento vai ser mantido? Se
é algo exitoso, porque somente trezentos e vinte e cinco mil reais!? Para a
Governança Solidária Local, que é colocada como uma alternativa, estão
destinados 2 milhões e 268 mil reais, para o ano de 2006, conforme a página
299. Então, é uma preocupação nossa, porque o dinheiro é que define as
prioridades.
Uma outra
preocupação, com a nova forma de apresentação do Orçamento: os valores são
apresentados programa por programa, ação por ação, nos quatro anos, com valores
definidos. E o que vai restar para o Orçamento Participativo, Ver. João Antonio
Dib? Está tudo definido! Então, isso é contraditório com o discurso da
participação popular. Por tudo isso, Ver. João Antonio Dib, eu queria fazer uma
proposta a V. Exª , que é o Presidente da CEFOR, que se faça uma reunião,
trazendo aqui os Conselheiros do Orçamento Participativo para que eles possam
dialogar conosco, digam se realmente houve a discussão no Orçamento
Participativo e como eles vêem essa questão. Certo, Ver. Cassiá? Se há um
compromisso do Governo com o Orçamento Participativo, mas as verbas são
mínimas, nós colocamos uma interrogação: como a Governança tem recursos? Mas
nós não podemos colocar em dúvida a palavra do Prefeito. Então, é preciso escutar
a sociedade. A questão da participação da sociedade na discussão do Plano
Plurianual, da LDO, do Orçamento não é uma benesse, isso está no Estatuto da
Cidade, é uma lei maior.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?
O SR. RAUL
CARRION: Eu já lhe darei a palavra, Ver. Dib, certamente para V. Exª confirmar a
convocação dessa reunião que nós estamos solicitando na tribuna.
Então, a
participação popular é uma obrigação do Governo.
O Sr. João
Antonio Dib: Nobre Ver. Raul Carrion, o Orçamento Participativo está incluído na
Governança Solidária Local.
O SR. RAUL
CARRION: Ver. Dib, V. Exª está equivocado, a Governança Solidária Local está na
página 299, e o Orçamento Participativo está na página 307, portanto ele não
está incluído.
O Sr. João
Antonio Dib: Eu estou dizendo isso com certeza a Vossa Excelência. E não é uma coisa
que me agrade dizer. Mas, com certeza, está incluído na Governança Solidária
Local.
O SR. RAUL
CARRION: Ver. Dib, eu estudei esta Peça: para o Orçamento Participativo, página
307, 325 mil reais; para Governança Solidária Local, página 299, 2 milhões e
268 mil reais. Então, não pode ser a mesma coisa, são páginas diferentes,
rubricas diferentes, conteúdos diferentes.
Para concluir,
eu queria dizer que, por outro lado - e eu falarei sobre isso numa outra
oportunidade -, o Plano Plurianual nos mostra a situação extremamente positiva
das finanças do Município herdadas pelo atual Governo. Para se ter uma idéia,
apenas 3% dos gastos orçamentários serão utilizados para juros e amortizações.
Que Cidade, que Município, que Estado, que País tem um comprometimento tão
pequeno com custos de amortização e de pagamento da dívida? Realmente, não é
uma herança maldita, é uma herança bendita, e nós tudo faremos para que seja um
bom Governo, mas vamos expressar as nossas divergências, as nossas
discordâncias e as nossas preocupações. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a discussão de Pauta Especial. Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do
Regimento)
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
N.º 5270/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 218/04, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
denomina Praça Lino Augusto Schiefferdecker um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Jardim
Itú-Sabará. (Desarquivado pelo Ver. Dr. Goulart)
PROC. Nº 3260/05 - PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 163/05, de
autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que determina a publicação semestral dos
dados referentes aos Cargos em Comissão do Executivo Municipal de Porto Alegre no DOPA, na última semana
de junho e dezembro de cada ano.
PROC.
Nº 3261/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 104/05, de autoria da Verª Margarete Moraes, que determina a
publicação semestral dos dados referentes aos Cargos em Comissão da Câmara
Municipal de Porto Alegre no
DOPA, na última semana de junho e dezembro de cada ano.
PROC.
Nº 3262/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 165/05, de autoria da Verª Margarete Moraes, que
destina espaço, no Largo 8 de Março, para homenagem em comemoração ao
centenário de nascimento da Poetisa Lila Ripoll.
PROC.
N.º 3388/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 168/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que
denomina Rua João Baptista Tedesco um logradouro
público cadastrado, localizado
no Bairro Mário Quintana.
2.ª SESSÃO
PROC. Nº 3324/05 - PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 105/05, de
autoria da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul - CEFOR, da
Comissão de Educação, Cultura e Esportes – CECE e outros, que modifica a
Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, com as
inclusões de inciso XIV ao art. 34 e novo § 1º ao art. 42, renumerando os
demais, que atribui, entre outras, competência ao Presidente da Comissão para
reservar, nas dependências da Câmara ou fora dela, salas, plenários ou outros
espaços para atividades da Comissão.
PROC. N.º 3338/05 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 166/05, de
autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que dispõe sobre a inserção de textos
referentes aos direitos da criança e do adolescente em impressos emitidos pelo
Executivo Municipal.
3.ª SESSÃO
PROC. Nº 3198/05 - PROJETO
DE RESOLUÇÃO Nº 102/05, de
autoria do Ver. Professor Garcia,
que altera a redação do art. 1.º e o caput
do art. 2.º da Resolução n.º 1.011, de 18 de agosto de 1989, que institui
o Prêmio Jurídico Otávio Francisco Caruso da Rocha, possibilitando que a
concessão do prêmio seja mediante proposição de um Vereador por Bancada.
PROC. N.º 3220/05 - PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/05, de
autoria da Ver.ª Mônica Leal, que estabelece a obrigatoriedade de troca de
papel-moeda por moeda para o pagamento de tarifa no Sistema de Estacionamento
Rotativo, Área Azul Eletrônica de Porto
Alegre.
PROC.
N.º 3242/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 161/05, de autoria do
Ver. Carlos Comassetto, que institui a Semana Cívica da Restinga a ser
realizada, anualmente, no período compreendido entre o primeiro e o segundo
sábado do mês de setembro, e estabelece sua inclusão no Calendário de Eventos
Oficiais de Porto Alegre.
4.ª SESSÃO
PROC.
N.º 3221/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 103/05, de autoria do
Ver. Ibsen Pinheiro, que dá nova redação aos arts. 173 e 179 da Resolução n.º
1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores (Regimento da Câmara
Municipal de Porto Alegre), que tratam da ordem de votação.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, hoje, em
primeiro dia de Pauta, há cinco novos Processos. O primeiro e o quinto
homenageiam duas pessoas que, em vida, foram muito meus amigos: o professor,
dentista Lino Augusto Schiefferdecker, escoteiro da Sogipa, escoteiro do Rio
Grande do Sul; o outro, o engenheiro João Baptista Tedesco, ambos merecem a
homenagem que a Casa do Povo deseja prestar.
Um outro
Projeto, de autoria da Verª Margarete Moraes, quer, por lei, destinar espaço no
Largo 8 de Março para uma homenagem em comemoração ao centenário de nascimento
da poetisa Lila Ripoll. A poetisa Lila Ripoll nasceu no dia 12 de agosto de
1905, em Quaraí, é uma figura respeitada em todo o Rio Grande e fora dele. Eu
darei um conselho à Verª Margarete Moraes: procure a Prefeitura, talvez a
Secretaria do Meio Ambiente, mas procure a Prefeitura e faça um contato, porque
isso é muito mais simples do que fazer essa lei. No ano passado, eu já dizia
que, se tivesse sido feito um Pedido de Providências, em contato com a
Prefeitura, o Rotary seria homenageado em tempo hábil, mas queriam fazer por
lei. E a coisa complicou. Então, eu acho que a Lila Ripoll merece a homenagem
que a Verª Margarete Moraes pretende fazer no Largo 8 de Março, e tanto quanto
sei a denominação do Largo é de autoria da Verª Maristela Maffei.
A mesma Verª
Margarete Moraes determina a publicação semestral de dados referentes aos
Cargos em Comissão do Executivo Municipal de Porto Alegre e também da Câmara
Municipal. Eu acho que nós, que somos políticos, temos todas as condições de
fiscalização, pois a própria Lei Orgânica diz que o Vereador tem acesso a
qualquer setor da municipalidade. Então, tem todo o direito de fazer a
investigação que queira. Mas, quando os políticos começam a duvidar dos
políticos, eu fico muito preocupado.
Eu estou
tranqüilo, já propus aqui diminuir o número de assessores, perdi por 32 votos a
1; eu propus diminuir o número de Bancadas, fazer blocos, eu perdi por 31 votos
a 2; então, tenho a tranqüilidade de falar. Eu já fui Prefeito e não nomeei
todos os oficiais de gabinete que poderia no meu gabinete. Portanto, tenho
muita tranqüilidade, mas acho que não podemos mostrar a ação dos legisladores
como uma forma de desejar engessar o Executivo. Nós podemos fiscalizar sem
fazer esse tipo de lei.
E podemos
homenagear Lila Ripoll também sem lei, apenas fazendo um acerto, talvez com a
própria Secretaria de Cultura, com quem a nossa querida Verª Margarete Moraes
tem muita afinidade, conhece profundamente. Acho que talvez por ali faríamos
uma homenagem muito boa.
Agora, por
outro lado, sobre essa relação de Cargos em Comissão semestralmente editada no
Diário Oficial de Porto Alegre, quero dizer que nunca consegui que a
Prefeitura, conforme está na Lei Orgânica, não é uma lei ordinária, informasse
todos os seus gastos com publicidade, inclusive dos jornais e revistas editados
nas Secretarias; nunca consegui. Porque, nos dezesseis anos que aí estiveram,
gastaram muito em publicidade, mas nunca informaram corretamente. Algumas vezes
colocaram, mas não da forma que preceitua a Lei Orgânica, e isso aqui parece
que é mais difícil de fazer do que informar as faturas e tipo de publicidade
que a Prefeitura fazia no passado.
Portanto, são
cinco os Projetos de Lei, rapidamente analisei os cinco, espero que na reunião
de amanhã haja menos que cinco. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores e
Vereadoras, prezado público que nos assiste aqui da platéia e pelo Canal 16,
quero hoje aqui enfatizar Projeto de nossa autoria que está em discussão e que
trata da instituição da Semana Cívica da Restinga, a ser realizada anualmente.
Isso tem por objetivo consolidar o modelo de Cidade que preconizamos, que defendemos
e que certamente temos muito a qualificar, que é a Cidade descentralizada, que
é a Cidade que reconhece seus bairros como centros locais, onde a vida pode se
constituir com todas as dimensões como em qualquer outro local da Cidade e com
o mesmo potencial que acontece no centro histórico, geográfico e cívico da
Cidade.
Dito isso, a
Restinga hoje, que é um bairro que tem crescido enormemente nesses últimos
trinta e poucos anos, desde a sua fundação, junto com a sua população, ainda
precisa muito de qualificação, de infra-estrutura e de potenciais que venham
reconhecer os espaços cultural, profissional e ambiental daquela região.
Por uma
iniciativa do Fórum de Escolas da região, composto por 34 estabelecimentos de
ensino de educação básica da rede pública e privada, em 2003 organizou-se o
primeiro evento relativo à Semana da Pátria na Restinga, coordenado pela
Direção da Escola Municipal Dolores Alcaraz Caldas, além da participação
especial de organizações não-governamentais ligadas à cultura, entidades
comunitárias, religiosas, de esporte e lazer. Lá, por dois anos, foi realizado,
na Semana da Pátria, um desfile, em que comemoram a Semana Cívica da Restinga.
Porém esse evento que surgiu tem a energia, a potência e o trabalho das
lideranças locais, não tem o reconhecimento oficial da nossa comunidade, dos
Executivos Municipal, Estadual ou Federal.
O Projeto que
institui a Semana Cívica da Restinga tem por objetivo potencializar e fazer com
que esse evento traga na sua magnitude a afirmação da cidadania, a convivência
social de uma comunidade que se constituiu num período muito difícil, quando
pessoas que moravam no centro, na aldeota, foram levadas para uma região muito
distante, que tem o seu potencial cultural, que tem o seu potencial
profissional, que tem um potencial hoje reconhecido como comunidade. Nós
precisamos, não só reconhecer, como valorizar as diversas comunidades,
valorizar por ações e projetos que venham dar a sustentação e a qualificação
necessárias.
O Projeto que
institui a Semana Cívica da Restinga pretende fortalecer e reconhecer o
trabalho principalmente do centro das escolas, coordenado pelas diretoras,
pelas professoras, que venham potencializar cada vez mais e enaltecer o
reconhecimento dos nossos padrões, dos nossos símbolos locais e nacionais. A
Semana Cívica da Restinga tem por fim fortalecer um centro de bairro, uma
comunidade, e diante disso nós estaremos reconhecendo um modelo de cidade
descentralizada.
A Srª Sofia
Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, eu
queria elogiar essa sua iniciativa, porque pude acompanhar por três anos a
mobilização, a organização autônoma das escolas, a capacidade de envolvimento
do conjunto das instituições que atuam na área da criança e do adolescente, não
só as escolas lá na Restinga. É uma festa belíssima que demonstra como o povo
da Restinga está assumindo, como a educação está assumindo fazer uma Restinga
melhor, uma Restinga pela paz, como foi o último tema, se não me engano, e o
outro sobre meio ambiente. Parabéns, eu acho que isso vem fortalecer essa
iniciativa, com a qual nós todos temos que nos comprometer.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Muito obrigado.
Sr.
Presidente, encerrando aqui a minha exposição sobre o Projeto de nossa autoria
que institui a Semana Cívica da Restinga, peço apoio a todos os Pares para
aprovarmos essa iniciativa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar a presença dos Vereadores Tiago
Silva, do PP, e Rogério Jacobi, do PMDB, da cidade de Torres. Recebam os nossos
cumprimentos, Srs. Vereadores.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Desiste. A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. MANUELA
D’ÁVILA: Sr. Presidente, senhoras e senhores, eu gostaria de ocupar este tempo
de Pauta hoje para falar de três Projetos. Primeiro, um Projeto de minha
autoria que, na realidade, pretende criar condições a fim de que seja, de fato,
aplicada uma lei já existente no Município, a Lei nº 6.894, que discorre acerca
do Estatuto da Criança e do Adolescente. Essa lei prevê que o Poder Executivo
do Município dê ampla divulgação para tudo aquilo que consta no Estatuto da
Criança e do Adolescente, e nós compreendemos que os artigos do Estatuto da
Criança e do Adolescente devem estar presentes nos impressos do Poder Executivo
Municipal. Como? Como nós vemos hoje, todos os panfletos politicamente corretos
trazem, atrás, o símbolo da reciclagem junto com os dizeres: “Não jogue lixo
nas vias urbanas”, etc. Nós achamos que, além disso, deve haver - se é verdade
que existe uma lei dizendo que o Município deve divulgar - um espaço reservado
nas publicações do Município para conter um artigo em cada espaço. Podemos
trabalhar, e aí a Prefeitura vai poder administrar isso como bem entender, um
tema por impresso de Secretaria, uma temática geral do ECA por ano. Achamos que
é uma forma de materializar uma lei que já existe no nosso Município.
Gostaria de
também pautar aqui o Projeto de Resolução de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro,
que propõe uma nova redação aos artigos nºs 173 e 179 do Regimento Interno da
Câmara Municipal. Eu entendo, nos dias de debate, o momento em que votamos as
propostas neste plenário como ápice do debate que tivemos durante a gestação
dos Projetos, que se dá no plenário da Casa, e o Ver. Ibsen, na minha opinião,
erra. O Ver. Ibsen, que tem uma tradição de tentar contemplar as diversas
opiniões neste plenário, erra ao propor que apenas um Vereador de posição
contrária encaminhe o projeto a ser votado, além do autor e os Líderes.
Ora,
meus caros, nós temos diversas opiniões, diversos motivos que nos fazem ir
contra determinado projeto. Alguns acreditam no seu equívoco jurídico, outros
acham que deveria ser construído politicamente de outra maneira. Querer
limitar, querer tutelar o debate, destinando apenas um minuto para um Vereador
e os Líderes encaminharem, Ver. Dib, é não respeitar a pluralidade de idéias
desta Casa, é não respeitar a diversidade de Parlamentares, de Partidos e os
argumentos que os Vereadores trazem a este plenário, a esta Casa. Acredito que
todos nós devemos refletir acerca disso e pensar exatamente a que serve ou a
quem serve diminuir o tempo da oratória dos Líderes das Bancadas deste
Parlamento, ou seja, de apenas 12 Vereadores entre 36 Vereadores, a um minuto
cada.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª
Manuela, V. Exª sabe o respeito que eu tenho, mas, de repente, há Vereadores
que, se falarem um minuto só, se colocarão melhor se lhes derem os cinco
minutos, mas àqueles que não conseguem se expressar em relação a um projeto em
um minuto ou dois pode-se dar meia hora a eles, que eles também não vão saber.
A SRA. MANUELA
D'ÁVILA: Ver. Dib, eu questiono o seguinte: nós já tivemos concordância em ir
contra ao mesmo projeto, mas quem me dá o direito de ser a iluminada que
consegue contemplar a minha e a sua opinião contrária a esse projeto? Ou mais:
a minha, a sua, a da Verª Maristela, a do Ver. Melo, a do Ver. Dr. Goulart.
Quem consegue garantir que nós tenhamos os mesmos argumentos, as mesmas
motivações para nos posicionarmos contra esse projeto?
Portanto,
reitero aqui a minha posição de que o Ver. Ibsen Pinheiro, a quem respeito pela
sua tradição de tentar construir democraticamente as coisas, erra ao propor
essa alteração no Regimento.
Por fim,
gostaria de me posicionar com relação à homenagem que a querida Verª Margarete
presta à nossa grande poetisa Lila Ripoll. Acho que a nossa cultura, por vezes,
tem a tradição de excluir grandes mulheres que construíram parte significativa
da história das artes no nosso Estado. A nossa Deputada Jussara Cony criou
recentemente um prêmio estadual homenageando a Lila Ripoll, que merece, sem
sombra de dúvida, ser homenageada por esta Casa, não apenas pela sua
contribuição como militante comunista, não apenas pela sua contribuição
enquanto grande poetisa do nosso Estado, mas sobretudo pela sua contribuição ao
desenvolvimento das artes.
Lila
Ripoll tinha uma frase que a Jussara sempre cita: “Morreram?/ Quem disse, se
vivos estão!/ Não morre a semente lançada na terra/ Os frutos virão.” A Verª
Margarete Moraes nos comprova que os frutos de Lila Ripoll permanecem vivos e
devem, sem sombra de dúvida, ser homenageados por esta Casa. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. RAUL
CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa; demais Vereadores,
Vereadoras e todos que nos assistem, são diversos os Projetos dos quais nós
queríamos tratar. Queríamos também apoiar o Projeto do Ver. Comassetto, que
cria a Semana Cívica da Restinga, verdadeira cidade com mais de cem mil
habitantes na cidade de Porto Alegre, com toda uma particularidade, com uma
população sofrida, muitas vezes marginalizada. Lá, inclusive, importantes ações
culturais e sociais foram feitas no Governo passado, conseguindo reverter
problemas de segurança muito sérios, mostrando que não é somente mediante a
repressão ou a coerção da criminalidade que nós damos maior segurança para a
sociedade. Através de ações culturais, políticas e sociais conseguimos integrar
aquela população e torná-la mais participativa, elevar a sua auto-estima,
incluir setores da sociedade - aliás, é um trabalho que o Ver. Cássia procura
sempre fazer -; então, é importante uma Semana da Restinga. Acho que é
importante o Projeto do Ver. Comassetto.
Também
queríamos discordar do Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro, que, talvez, o tenha
colocado no afã de agilizar as nossas Sessões. Ver. Sebastião Melo, é uma
intenção boa, louvável, mas não podemos agilizar acabando com a discussão nesta
Casa, acabando com o exame detido, consciencioso dos projetos. Nós vivemos
aqui, Vereador - o Ver. Sebastião deve lembrar -, debates como a questão da
abertura do comércio aos domingos, quando estivemos juntos na batalha para que
não houvesse esse retrocesso social. Quão importantes eram aqueles debates!
Agora, imaginem reduzir aqueles debates a um minuto por Vereador, Ver.
Sebastião. Eu creio que nós devemos procurar evitar a aprovação desse Projeto.
Também queria
parabenizar a Verª Margarete Moraes pelo seu Projeto dedicado a Lila Ripoll,
grande poetisa gaúcha, que destina espaço no Largo 8 de Março para homenagem em
comemoração ao centenário de nascimento dessa poetisa. Como a nossa Líder já
falou, ela nasceu em Quaraí, foi militante comunista por muitos anos,
colaboradora do Correio do Povo, da Revista Universitária, da Tribuna Gaúcha;
foi editora da Revista Horizonte, co-editora dos Partidários da Paz, com
Graciliano Ramos; criou o Coral Metalúrgico em Porto Alegre; em suma, foi uma
grande lutadora. Eu lembro que a nossa Deputada Jussara Cony, na Assembléia
Legislativa, criou o Prêmio Lila Ripoll de Poesia, merecidamente. Então, é uma
homenagem importante que a Cidade faz. Já existe uma rua, no Sarandi,
homenageando-a. É um bom Projeto o da Verª Margarete.
Por fim, eu
queria-me referir ao Projeto de Resolução de autoria de mais de 17 Vereadores
de oito Partidos, modificando a Resolução que trata da competência das
Comissões e que permite a realização das reuniões das Comissões no Plenário
Otávio Rocha, no grande plenário.
Na Sessão
anterior eu fiz uma manifestação forte; o nosso Presidente usou da palavra a
seguir; ficou um pouco agastado. Eu conversava com ele há pouco. Eu queria
dizer, pelo menos, Ver. Elói, que, evidentemente, nós entendemos que esta Casa
continua sendo a Casa do Povo, que não são de sua lavra as decisões; é uma
decisão da Mesa que eu considero infeliz e que essa Resolução procura corrigir.
Não é uma decisão de A, B, ou C, e cabe ao Presidente cumprir. Por isso essa
Resolução me parece boa, e eu estou fazendo uma Emenda no sentido de que, nas
terças-feiras, pela manhã e pela tarde, os plenários fiquem reservados,
incluído o chamado Teatro Glênio Peres. Como nós teremos Comissões pela manhã e
três Comissões à tarde, se houver necessidade de um plenário para que a
população possa participar, o problema estará resolvido, porque, segundo V. Exª
me disse, a preocupação era evitar que uma ou outra Comissão mais solicitada
pelas comunidades, digamos, monopolizasse, e nós somos contra qualquer
monopólio, mas achamos que a Resolução é correta e que o caminho é reservar
esses grandes plenários para as reuniões das Comissões Permanentes nas
terças-feiras. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães. Colegas Vereadores,
Vereadoras, assistência do Canal 16 e público presente, também venho fazer coro
aqui com o Ver. Raul Carrion em relação ao PR nº 105/05, que passou pelas
Comissões, está subscrito pelos membros das Comissões de Economia, Finanças,
Orçamento e do Mercosul, da Comissão de Educação, Cultura e Esportes e das
outras Comissões. Carecemos, por muitas vezes, de espaços; o público que nos
visita, que demanda, o povo que reivindica tem que ter o acolhimento necessário
desta Casa, pois esta é uma Casa política, é uma Casa encarregada de
equilibrar, propor, discutir alternativas, saídas, mediar conflitos; portanto,
ela é muito requisitada, é sempre muito demandada pelas comunidades, e nós não
podemos restringir o acesso da comunidade por falta de espaço.
Por isso, esse
Projeto visa a criar as condições para que todas as demandas, todas as
comunidades, todos os segmentos sociais possam ser acomodados e possam ser
melhor atendidos aqui. Então, eu acho que é uma medida importante, de
iniciativa de várias Bancadas, de vários Partidos, e também com a subscrição de
vários membros de Comissões para que tramite na Casa. Devemos aprofundar esse
debate a bem da democracia e da inclusão de todos aqui.
O PLL nº
160/05 - e cumprimento a sua autora, a Verª Mônica Leal - estabelece a
obrigatoriedade de troca de papel-moeda por moeda para pagamento de tarifa no
sistema de Estacionamento Rotativo, Área Azul Eletrônica de Porto Alegre.
Muitas vezes, as pessoas têm dinheiro, querem estacionar, porém não têm moedas,
e aí ficam em dificuldades e impedidas de estacionarem, estando sujeitas às
multas e às dificuldades, ou tendo de procurar o estacionamento particular.
Então, cumprimento V. Exª , Vereadora. Ontem mesmo vivi essa aflição, eu não
tinha como resolver o problema. E a gente vê, seguidamente, as pessoas à cata
de alguém que tenha moedas. Se não há um estabelecimento, um comércio
tradicional no entorno que tenha a possibilidade de fazer essa permuta de
moedas por papel-moeda, nós ficamos vulneráveis ou fazendo com que a Área Azul
não seja utilizada, indo, muitas vezes, para o estacionamento particular, ou
correndo o risco da multa pelo estacionamento anormal. Então, cumprimento V.
Exª por isso, Vereadora; creio que é uma iniciativa importante que facilita a vida
dos cidadãos e auxilia a boa dinâmica da nossa Cidade, do Poder Público.
Também
gostaria de cumprimentar o Ver. Carlos Comassetto, que institui a Semana Cívica
da Restinga, a ser realizada anualmente, no período compreendido entre o
primeiro e o segundo sábado do mês de setembro, estabelecendo a sua inclusão no
Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Essa é uma iniciativa
importante porque a Restinga e alguns bairros da Cidade, por muito tempo,
sofreram discriminação, sofreram com o preconceito, tiveram todas as
dificuldades que a gente conhece. E a Restinga, especialmente a partir da
Administração Popular, Ver. Comassetto, passou a recuperar a credibilidade,
sobretudo na questão da auto-estima, porque a Restinga se fez presente, de modo
intensivo, no Orçamento Participativo, a Restinga melhorou e modernizou a
infra-estrutura, a Restinga recebeu pesados investimentos por participação,
pela hierarquia que fez nas demandas.
O Sr. Carlos
Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) E esse é um
trabalho contínuo da questão da conquista da auto-estima. Inclusive há alguns
Projetos que ficaram alinhados, ontem, no debate aqui na COSMAM, por exemplo,
com relação à questão do Hospital da Restinga; cuja primeira parte, a
maternidade, pelas previsões, até o final de 2005 deverá já estar concluída.
Muito obrigado.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Eu que agradeço o aparte, nobre Vereador.
Inclusive no
ano passado estive lá no ato com a presença do nosso Prefeito, dos nossos
Deputados e do Ministro Humberto Costa, fazendo lançamento e a assinatura do
termo de convênio que garante à Restinga um hospital, uma maternidade -
reivindicação de há muito tempo. Mas a Restinga tem grandes conquistas, tem
grandes melhorias e hoje é uma parte nobre integrada à Cidade.
A Srª Sofia
Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Todeschini, eu
queria chamar a atenção também, nesse movimento da Restinga, que ele nasceu de
um compromisso das escolas municipais que, a partir da reestruturação no seu
currículo, construíram currículos a partir da leitura da realidade, de
pesquisas na comunidade, levou-se para dentro da escola o compromisso de ajudar
a construir uma cultura de paz na Restinga. Então, um dos desfiles foi com a
temática da paz, mas não foi só o momento do desfile; o desfile é uma
culminância. Todas as escolas, como a Escola Dolores, têm grupo de danças; como
a Escola Lidovino Fanton, que faz um trabalho muito bonito com vídeo, com a
juventude, com a informática; e poderia citar todas as escolas da Restinga,
porque estendem o seu currículo para além dos seus muros para construir essa
cultura de paz, para ajudar a sua comunidade a construir um outro ambiente para
as crianças e adolescentes. Então, eu acho que esse momento da culminância é um
retrato do que é a luta e o esforço daquela comunidade ou, mais do que isso, de
como uma política pública, como a Educação, pode contribuir decisivamente para
uma comunidade mudar a sua vida. Obrigada.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Verª Sofia.
Para concluir,
Presidente, nós tivemos inclusive aquele belíssimo plano-piloto de combate à
violência e, através da escola, da integração da juventude no esporte, no
lazer, das políticas de integração e de inclusão, conquistamos um período largo
sem nenhuma morte por violência na Restinga. Isso foi uma conquista e a
demonstração de que projetos dessa natureza podem ajudar, e muito, a nossa
comunidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir
a Pauta.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Presidente, meus caros colegas Vereadores e Vereadoras, eu
quero me reportar à proposição do meu colega de Bancada, Ver. Carlos
Comassetto, que institui a Semana Cívica da Restinga, a ser realizada anualmente,
no período compreendido entre o primeiro e o segundo sábado do mês de setembro,
e estabelece inclusão no Calendário de Eventos Oficiais da cidade de Porto
Alegre.
Meu caro
colega Ver. Comassetto, eu quero colocar a minha inteira concordância e solidariedade
a este Projeto. Pode parecer uma coisa pequena, mas para a Restinga é
essencial. A Restinga...
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Adeli Sell, eu cometi um equívoco e vou pedir
escusas a Vossa Excelência. O Ver. João Dib havia falado na Pauta Especial, e
eu tinha aqui como se ele tivesse desistido da Pauta Preliminar, mas, na
realidade, ele falou na Pauta Preliminar, e eu dei o tempo a V. Exª como
segundo suplente. Então, pediria a V. Exª que entendesse. Agradeço a Vossa
Excelência.
O SR. ADELI
SELL: Perfeito, então só quero dizer que coloco a minha solidariedade ao
Projeto em Pauta.
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerradas a Pauta Especial, com seis Vereadores,
e a Pauta Preliminar, com cinco Vereadores.
O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; meus colegas
Vereadores e minhas colegas Vereadoras, com certeza não faltam temas municipais
a serem discutidos nesta tribuna; são muitos. Mas esta Casa, esta representação
popular não se restringe apenas às questões municipais. E é evidente que, no
dia de hoje, eu não poderia deixar de vir a esta tribuna para poder externar o
meu sentimento com relação àquilo que se passa no nosso País, Ver. João Dib.
Eu quero aqui
reafirmar que a corrupção neste País e nos países periféricos é uma questão
histórica, não é uma questão só de agora. Não posso deixar de expressar isso
aqui, quero sublinhar, gizar que o PT, Ver. Sebenelo, foi o paladino da ética
neste País por 25 anos. Vinte e cinco anos nas praças, nas esquinas
democráticas, defendendo a transparência e a ética na política. Pois 25 anos de
luta na ética transformou o PT, em dois anos e meio, em cúmplice da corrupção;
lamentavelmente.
O que se
presenciou, ontem, no depoimento do Deputado Roberto Jefferson, que pretendeu,
sim, dizer que o Presidente da República não está metido nesse lamaçal, por
outro lado não envolveu a Bancada do PT. Eu quero dizer que é extremamente
grave, gravíssimo, o que o brasileiro ontem contemplou, e o Brasil parou para
assistir ao depoimento do Sr. Roberto Jefferson. Mostrou a promiscuidade de um
Estado patrimonialista, onde o cidadão acha que o Poder Público é dele e que a
manutenção do poder se vale a qualquer preço; onde o cidadão se utiliza, sim,
de estatais, Ver. Elói Guimarães, para poder comprar apoios políticos. E eu
quero dizer que todos os Partidos têm os seus problemas e que Partido político
não é clube de anjo. Portanto, eu não estou aqui dizendo que o meu Partido não tem
problema. Tem muitos problemas. Agora, eu quero encaminhar dizendo o seguinte:
nesta profunda crise, que a gente aponte para uma reforma política neste País,
porque não se pode eleger um Presidente da República com 62% dos votos, dar a
ele apenas cento e poucos Deputados e estabelecer um balcão de compras - isso
não está correto, esse sistema está errado! Eu não sou contra a alguém sair do
Partido, mas que, ao sair do Partido, devolva o mandato; se sair do Partido,
não se elegeu. Eu não fui eleito com os meus 8 mil e 900 votos, não; aqui em
Porto Alegre precisamos de 23 mil votos para nos eleger. Então, se eu sair do
Partido, eu tenho de devolver o meu mandato ao Partido.
Segundo, temos
que ter financiamento público de campanha neste País. Está provado que é muito
mais caro para o povo brasileiro e que a corrupção começa mais cedo quando o
financiamento é privado. Tem de haver cláusula de barreira e cláusula de
eficiência, e podem ser para os pequenos, médios e grandes. Agora, não pode
haver essas legendas de aluguéis, entrar num Partido, receber fundo partidária,
ter cargos de lideranças - isso é um absurdo neste País!
Então, eu
espero, meus queridos Vereadores, que a gente possa tirar dessa crise uma
reforma, já que nunca houve uma reforma antes de uma eleição. Sou favorável à
lista, agora, eu não posso, Ver. Haroldo, defender a lista em que o Deputado
mais votado na eleição passada, ou segundo mais votado, vá compor a lista,
então eu vou continuar elegendo os corruptos nesse País?! Não. Eu sou favorável
à lista, mas não pode haver precedência na lista; isso tem de ser uma discussão
interna de Partido.
Terceiro, é um
absurdo não ter coincidência de mandatos, eu até sou contrário à coincidência
de eleições gerais, porque daqui a pouco um Presidente demagógico arrasta todas
as Prefeituras. Mas não é lógico que um Prefeito termine o seu mandato no meio
do mandato do Governador, isto está errado. Tem que coincidir, no mínimo, os
mandatos municipais com os mandatos do Governo Estadual.
E, por último,
eu tinha uma dúvida a respeito do voto obrigatório no País, mas, depois das
eleições do Conselho Tutelar da última eleição, eu firmei convicção: sou
favorável ao voto obrigatório, porque, no voto não obrigatório, a corrupção é
muito maior neste País. (Palmas.) Então, eu acho, Sr. Presidente, para
finalizar, que o Presidente Lula é maior do que o PT, é Presidente do nosso
País, ele tem que demitir essas pessoas que hoje estão sob suspeitas, para
salvar o seu Governo. Nós não queremos ruptura, queremos passar a limpo,
queremos botar os ladrões na cadeia, sejam ladrões pequenos, grandes ou médios.
O que não dá é ver o povo passando fome, a Dona Maria não ter um saco de leite
para dar ao seu filho e o dinheiro público sendo escorrido no ralo da
corrupção. Isso não dá para aceitar, tem de haver protestos, e o povo tem de ir
para a rua. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais inscritos em Comunicação de Líder.
Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum para
entrada na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após a verificação de quórum.) Há catorze
Vereadores presentes. Não há quórum para entrarmos na Ordem do Dia. Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h.)
* * * * *